domingo, 31 de janeiro de 2010

"namoro violento, não é amor"

Estamos a duas semanas do dia dos namorados, e o namoro violento a aumentar cada vez mais.

"SE TEM CIUMES É PORQUE GOSTA DE MIM”

Segundo a Dra. Carla Machado, a maioria dos jovens encara com normalidade o facto de dois namorados se agredirem. “O que acontece é que os adolescentes, embora reprovem a violência em abstracto, depois encontram justificações e desculpam a violência em situações específicas, como os ciúmes ou a infidelidade", explica a investigadora. Quando falamos violência, não nos referimos só aos actos físicos (murros e pontapés). “A violência mais comum é a emocional (insultos, humilhações, ameaças, tentativas de controlo) e a pequena violência física (bofetadas, empurrões”, diz Carla Machado. Mas a violência não surge do nada! Actualmente, no mundo em que vivemos, à que reconhecer que a forma mais utilizada para resolver conflitos é a violência. "Vários estudos internacionais sugerem que a proveniência de uma família já de si violenta é de facto um factor de risco", "Contudo, não quer dizer que todos os jovens que vivenciaram essa situação se tornem violentos. Há vários factores de possível compensação dessa influência”, realça Carla Machado.

O QUE É QUE OS PAIS PODEM FAZER?

"Podem, antes de mais, transmitir muito claramente, no seu discurso e comportamento, que a violência é inaceitável, em qualquer circunstância e qualquer que seja a desculpa," defende Carla Machado. "Podem educar os filhos para serem assertivos (não agressivos) e terem consciência dos seus direitos. Podem enfatizar a ideia de que o respeito faz parte integrante do amor. E que o amor não implica anulação nem fusão com o outro."

"Tudo passa por estar atento, e mostrar disponibilidade para ouvir o filho e para o perceber," explica Maria Neto Leitão, professora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e coordenadora de um projecto absolutamente inovador nesta área: ‘(O)Usar e Ser Laço Branco."Se os miúdos sabem que os pais não vão aprovar o namoro, é óbvio que não lhes vão dizer nada. Os pais têm de perceber que os filhos não são deles, são do mundo. E isto é um assunto muito ligado à sexualidade, e quando não desenvolvemos este trabalho desde a infância, na adolescência a situação pode complicar-se. O aprender a construir relações afectivas positivas vem desde a relação que construímos com os pais, desde a forma como nos pegavam, seguravam, lidavam com o nosso corpo."

2 comentários:

Somebody disse...

Estou plenamente de acordo com o titulo, violencia e amor, sao duas coisas que não conbinam!
Os pais, devem ensinar aos filhos desde pequenos a não terem qualquer tipo de comportamento violento, muitas vezes o que acontece é que os filhos são o "reflexo" dos pais, fazem o que eles fazem.Devemos ser ensinados, a respeitar, cuidar, amar, e não fazer o oposto, e achar que estamos a fazer bem!

Paulo R. C. Coelho disse...

Guardemos e utilizemos com senso, sabedoria e humildade as sábias palavras e lições dessa grande Doutora Carla Machado que, ainda tão jovem, ontem nos deixou. Foi curto o seu percurso (em termos de anos) mas extenso e inavaliável o legado que nos deixou e que perdurará como referência orientadora por muitos anos!